quarta-feira, 24 de março de 2010

Capítulo 24- O Mensageiro da Morte

Pouco depois, ela disse que ia tomar um banho, pois fazia tempo que não tomava um. Desde que fugira, pra ser mais exato. Ela estava suja de lama, cheia de escoriações, com o cabelo nojento, além de uma roupa larga e fedorenta que desagradava os olhos. E então ela entrou. Enquanto isso, eu procurei as chaves (estavam perto de onde ficava a porta da frente. Ainda bem que o maldito que tava roubando a casa não reparou) e chequei a porta do quarto dela, verificando que estava trancada e que ninguém havia mexido lá dentro. Aliviado, eu esperei até o momento que ela começou a bater na porta do banheiro, chamando meu nome. Eu corri para lá, batendo em resposta e perguntando o que havia acontecido e ela disse que tinha esquecido a toalha. Irritado, peguei a toalha e voltei para a porta do banheiro, a qual ela abriu, exibindo um braço pálido e molhado, deixando escapar algumas nuvens de vapor. Dei a ela a toalha e, alguns minutos depois, ela saiu, enrolada na toalha, lentamente em direção ao quarto. Dentro de pouco tempo, ela estava saindo do quarto, vestida com uma camisa leve, clara e calças jeans. E com um sorriso de orelha a orelha. Ela me abraçou e disse:
-Meu quarto continua igualzinho. Graças ao meu pai e a você. Obrigada.

Confuso, eu respondi:
-Peraí... Graças a mim?

Ela assentiu:
-Você tava com as chaves. Podia ter entrado lá e mexido no que quisesse, mas não fez isso. Deixou ele do jeito que estava.

Eu engoli em seco, lembrando da manhã desse mesmo dia (que agora já virava noite), quando eu mexi em todas as coisas dela para tentar conhecê-la melhor. Eu tinha ganhado a confiança dela. Essa confiança era baseada numa mentira, mas o que eu ia fazer? Sair do abraço dela, dizer "Pára tudo" e explicar o que aconteceu? Pffffft. Aí a gente ouviu alguém gritando:
-Tem alguém aí?

Era uma voz rouca, masculina, eu me desvencilhei do abraço dela e olhei pela janela: Pedro. E mais uns 3 zumbis, um perto e dois mais longe. Ela virou e socou o zumbi, que não teve reflexo os suficiente pra mordê-lo, então caiu no chão, enquanto os outros dois se aproximavam. Eu desci e comecei a desmontar a barricada. A Raquel pegou as duas facas e eu disse pra ela:
-Assim que der, dá uma faca pra ele...

Ela assentiu, meio insegura, enquanto eu continuava a desmontar a barricada. Os outros dois se aproximavam cada vez mais. Já havia espaço para o meu braço. Eu pedi a faca. Ela hesitou. Eu peguei a faca da mão dela e dei-a para o Pedro, que pulou em cima do zumbi enquanto este se levantava com dificuldade. Ele estraçalhou a garganta do zumbi com a faca e os outros dois chegaram. O primeiro avançou com certa velocidade, mas Pedro enterrou a faca em seu peito e o jogou para trás, fazendo-o cair entre ele e a porta, que eu estava acabando de desbloquear. Peguei uma das cadeiras e dei com ela na testa do zumbi que já se levantava do chão. A cadeira quebrou. Pedro levantou-se rapidamente, fincando a faca no queixo do outro zumbi e apuxando violentamente para baixo, fazendo o zumbi cair já, bem... sem vida no chão. Pedro continuou a atacar o zumbi mesmo depois disso, esfaqueando-o, gritando, chorando e tremendo. Eu só interrompi ele por causa dos gritos, que iriam atrair mais zumbis pra lá. Mas enquanto eu tentava arrasta-lo para longe, ele continuava gritando e tentando destroçar o cadáver no chão, mais irritado do que eu jamais o havia visto. Eu o levei para longe e o prendi contra a parede, o que não foi nada fácil. Quando eu consegui fazer isso (Raquel já remontando a barricada) ele continuou a gritar, xingando os zumbis em geral. Eu dei um tapa violento nele. Ele parou. Então eu perguntei:
-Cara, o que aconteceu? Cadê o Ivan?

Pedro disse, ainda muito irritado:
-Eu que devia perguntar, Hugo maravilhoso, herói da invasão... Onde é que você tava quando a gente precisou de você!? Por que você fugiu? Você podia ter salvado ele, ter tido uma das suas ideias, sei lá...

Eu parei de ouvir nas palavras "salvo ele". Minha vista escureceu e eu perguntei:
-O quê? Como assim? O que aconteceu com ele?

Pedro me empurrou respondendo:
-Os zumbis pegaram ele, Hugo! E você nos abandonou! É culpa sua! É culpa sua!

Eu me deixei cair, sentindo o chão bater, duro em minhas costas. Mais duro que o chão era a realidade. Dura demais pra suportar. Eu tinha matado Ivan. Dura demais... Então meu cérebro apagou.

MERDA! CARALHO!

Pessoal, eu escrevi o capítulo inteiro, tinha ficado muito massa! Daí caiu a energia e eu perdi tudo! ¬¬'

Cara, ninguém sabe como eu to irritado agora! Só to postando isso pra vcs saberem que eu tô escrevendo... mas agora eu num escrevo de novo não... Só amanhã... PORRA!