terça-feira, 1 de junho de 2010

Capítulo 30- Surpresa

Eu andava rapidamente em direção à esquina, parando ocasionalmente para que os zumbis pudessem me seguir. Esse era o maior problema, eu nunca parecia saber ao certo quando parar. Se eu errasse um pouco, podia custar minha vida ou a vida da Vany. Eu sempre exagerava um pouco mais pro meu lado e, apesar de um dos zumbis ter roçado em meu braço esquerdo uma vez, eu consegui atraí-los para longe da entrada com alguma dificuldade. E novamente eu parava e eles vinham arrastando-se em minha direção. Então eu percebi que, na esquina seguinte, haviam zumbis cercando uma casa, que só podia significar uma coisa: Havia gente lá dentro, ou, pelo menos, gente morta. Ótimo. Se eu fosse cuidadoso, podia "deixar" os zumbis que estavam me seguindo ali e continuar praticamente sozinho até achar uma entrada. Então fui em direção à casa. Um dos zumbis que estava ali tentou pegar meu braço, mas eu dei uma porrada nele com o pedaço de madeira maciça que eu segurava e ele caiu no chão. Andei um pouco mais e os zumbis que estavam atrás de mim começaram a me seguir, cambaleando e tropeçando. A casa era grande, branca, mas tinha uma grade alta que impedia o meu avanço e o dos zumbis. Eu fui na direção onde havia menos zumbis, e os "meus" zumbis me seguiram. Eu estava pronto para virar e correr para o outro lado, deixando-os ali, quando eu vi um olhinho aparecer por entre as cortinas por um breve momento, dar uma espiada assustada para fora e se esconder novamente. Uma coisa me incomodou gravemente. Aquele olho azul aparecera muito próximo ao chão. Uma criança. Uma criança na casa. Eu não podia deixar os zumbis ali e ir embora. Não importa o quanto demorasse, eles iam acabar quebrando a grade e entrando. Eu tinha que salvar aquela menina. Um zumbi se aproximou de mim e tentou me morder, mas eu pulei para longe, batendo de costas no portão de ferro. Então eu joguei a perna da mesa pra dentro da casa e segurei com as duas mãos num ferro que corria transversalmente aos outros. Meus machucados voltaram a arder, mas eu ignorei-os. Tinha virado especialista nisso. Me puxei mara cima e um zumbi segurou meu tornozelo. Eu dei uma calcanharzada violenta na cabeça dele e ele se afastou por um momento, tempo suficiente para terminar de pular para o outro lado da grade. Caí lá dentro e peguei a minha arma novamente. Fui andando em direção à casa e bati na porta, pedindo para que me deixassem entrar. Nada. Pedi novamente. Nada. Então eu quebrei a janela e entrei por ela com dificuldade. Entrei na casa, que estava bem iluminada, mas em decadência. Fazia tempo que ninguém varria o chão ou arrumava a cozinha, que estava aberta num corredor à minha frente. Eu prestei bem atenção e percebi que havia alguém andando no andar de cima. Eu subi as escadas e entrei em um quartinho, aonde descobri, em um canto, uma menininha, de chupeta na boca, olhos aguados e arregalados, tremendo de medo.